segunda-feira, 17 de setembro de 2007

James Dean by me


“ James Dean by me”

Ao longo dessa minha existência nutri um enorme fascínio pela vida e pela figura poética que permeou James Dean. Identificava em mim seu jeito especial inusitado de ser, numa espécie de analogia secreta entre nós. Uma vida intensa e triste, como a de todos os geniosos; morreu jovem.
“As pessoas grandes” em geral questionavam-me. Porque gostas tanto de James Dean? O que ele foi ? O que fez de tão singular? Jamais preocuparei –me em responder tais questionamentos alheios. No lado mais profundo e delicado da minha alma, a pergunta estava sentenciada e respondida !
James Dean condensou em si, nas suas atuações no teatro e cinema, a naturalidade que esperamos das pessoas e da própria vida . Diria que os filmes em que atuou, todos continham um caráter antropomórfico. Não sabíamos até que ponto quem estava em cena, se eram personagens fictícios ou o próprio Dean. Sua personalidade autêntica, sensível e rebelde tornou-se paradigma ideal para todos os jovens da década de 50, numa sociedade pasteurizada como a americana, que vivia o período Eisenhower. Esperava-se de maneira hipócrita que todos os jovens respeitassem os pais e aceitassem as normas sociais. James Dean foi avesso a tudo isso , considerado um não–conformista.
Assim como Oscar Wilde, na sociedade Vitoriana, não era bem quisto por seus companheiros de ofício, e teve a vida tocada pela tragédia, diga-se de passagem um ótimo estilo Grego. Quando morreu em 1955, aos 24 anos, num acidente fatal com seu Porsche, havia feito apenas três filmes, e só o primeiro havia sido lançado. São eles:
Vidas Amargas ( East of Eden) de 1954 , com direção de Elia Kazan
Juventude Transviada( Rebel Without a Cause) de 1955, com direção de Nicholas Ray
Assim caminha a Humanidade( Giant ) de 1955, com direção de George Stevens

Foi reverenciado nesses 49 anos de sua morte por inúmeras personalidades, poetas , rockstars, e solitários ao redor do mundo. Um desses solitários ilustre que citaria em particular é o cantor e compositor Morrissey, ex-Smiths que sempre demonstrou enorme admiração, e dedicou a ele em sua juventude um livro e artigos, assim como este que escrevo sobre James Dean.
James Byron Dean nasceu no dia oito de fevereiro de 1931, em Marion , Indiana, nos Estados Unidos. Um dado curioso foi que sua mãe, morta quando o garoto tinha apenas oito anos, fez questão de colocar o sobrenome do Poeta ultra-romântico Lord Byron, a quem reverenciava com ardor.
A figura mítica que se tornou Dean ainda permanecerá na minha memória ao longo dessa minha existência. Assim como relatei no inicio, apesar da aura negativa que os ianques tem de transformar tudo em algo capital . Digo isso porque quando nosso querido amigo intuitivo morreu, só faltaram vender os destroços do carro em fragmento, pela mera fatalidade.
Com esse artigo modesto, mas substancial em si, presto uma carinhosa homenagem ao indivíduo das feições perfeitas, que ensinou-me a amar o cinema e a poesia por ela mesma, num exercício de sobrevivência ,sem tornar-se artificial ou prepotente.
Termino num misto de saudosismo, e porque não ?
“Os melhores mundos são únicos”, disse o bardo de Manchester, Morrissey.
James Dean vociferou : “Vim para Hollywood para representar, não para agradar a sociedade” ( VIVA JAMES DEAN!)

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