quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Moralismo enfadonho do judaísmo e do cristianismo



Separar sexo do amor é um das condutas que a sociedade-cristã defende com ardor, e entendemos que tal proposição é incoerente pelo fato de ambos caminharem juntos: sexo e amor.
Relacionamentos amorosos na maioria das vezes não se constituem assexuados, nossos instintos confluem para direção sensual de forma espontânea, analisando um grupo social,
podemos apontar suas neuroses e comportamentos violentos, através da repressão sexual e respectivamente o grau de privação que leva indivíduos a comportamentos extremamente selvagens.
Afastar a vida sexual da vida amorosa é uma idéia distorcida do temperamento humano, a moral cristã sempre combateu e abominou relações sexuais baseados no prazer, renegam a
Sexualidade e suas dádivas em compasso com uma vida saudável, uma vivência sexual exercida com maturidade e prazer é um dos atalhos para encontrar a felicidade; sempre somos ensinados a negar o próprio corpo e sentir vergonha das manifestações que o mesmo nos fornece, pois no corpo a carne produz pecado...Temos que separar o espírito da alma segundo os preceitos das religiões ocidentais, na realidade isso nos demonstra a castração que sofremos desde a terna idade...Somos persuadidos que a descoberta da sexualidade é antinatural, pois o que podemos pensar sobre o fato das religiões condenarem a masturbação e colocarem-la como criminosa...Conhecer o corpo e desnuda-lo não pode ser considerado uma vaidade e uma sujeira do corpo humano.
Para os defensores das religiões monoteístas e seus respectivos livros da verdade o ato sexual só pode ocorrer com os laços sacramentais do casamento, e correntes ortodoxas preconizam que o orgasmo não deve ser estimulado e muito menos alcançado, o homem não deve se deixar levar pelos instintos animais, mas para estes respeitáveis senhores o ato sexual não pode representar a procura do deleite e consecutivamente o orgasmo...O sexo para os cristãos tem apenas uma finalidade: a procriação, isto é, incentivar a manutenção da espécie, renegando a multiplicidade das diversas condutas sexuais existentes.
“Crescei e multiplicai-vos” sem dúvida interpretaram esse conceito de maneira literal, pois acreditamos que se o Deus onipresente existir não lhe deve apetecer um mundo com superpopulação, abarrotada de miseráveis carregando dúzias de filhos. O controle de natalidade jamais seria adotado em nossa sociedade, isso acarretaria o fim das regalias dos poderosos, afinal de quem explorariam a mão-de-obra tão necessária nas fábricas.
A revolução cultural da década de 60 foi responsável pela liberdade comportamental que temos hoje em dia, longe do código retrógrado dos religiosos podemos desfrutar uma liberdade sexual plena... A contracultura quebrou as correntes da velha moral reinante, o jovem que vivia em 1950 não tinha voz ativa e nem podia expressar seus anseios e desejos, a partir dos movimentos transgressores dos preceitos morais essa realidade pode adquirir inúmeras formas. Hoje apesar de toda caretice e todo preconceito observamos pessoas exercendo sua sexualidade da maneira que desejam...Temos várias nomenclaturas para designar comportamentos sexuais: pansexuais, transexuais e etc...
Este texto não defende promiscuidades e nem as condeno...Sou a favor de tudo que soa natural para cada indivíduo, vivemos tempos das chamadas DSTS Doenças sexualmente transmissíveis, que mudaram a maneira das pessoas transarem o sexo no mundo contemporâneo.
Defendo todas as formas de sexualidade, defendo o homossexualismo, o lesbianismo e porque não relacionamentos heterossexuais...O importante independentemente da preferência sexual é o respeito ao próximo e a si mesmo na hora de aproveitar todos os benefícios e encantos que só o sexo nos conduz...O ser humano sempre teve sexualidade e não será em pleno século XXI que os homens moralistas vão nos tirar esse direito e necessidade, todo humano é santo e pode amar sim da maneira que bem lhe convir.
Como dizia os cartazes da década de 60 “Façam amor e não guerra”.
Cazuza deu uma entrevista falando sobre sua doença na década de 90 que resume o que penso; “A AIDS é um complô contra a sacanagem e eu não admito em hipótese alguma abandonar a sacanagem” (...) A AIDS caiu como uma luva para a igreja e a direita, eles nunca estiveram tão charmosos.(...) A AIDS é coisa do papa e da CIA (...). Declarações fortes de um homem à frente de seu tempo.
Nossa luta é assegurar os direitos conquistados pelas gerações passadas e não permitir que volte a idade das trevas, onde homens e mulheres se privaram de seus desejos em nome de deus e sua instituição na terra.
Queremos o sexo com respeito e carinho, amor e cumplicidade... Eis o que desejamos e esperamos que as futuras gerações salvaguardem esse direito não esquecendo da responsabilidade que envolve o ato sexual.
Vamos transar muito e sem medo de ser feliz!
Dedico esta pequena reflexão a: Renato Russo, Cazuza, Marquês de Sade, Oscar Wilde, Pier Paolo Pasolini, George Sand, Jim Morrisson, James Dean, D. H. Laurence, Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez da Cia de teatro satyros e aos jovens engajados da década perdida de 1960 que lutaram para assegurar novos hábitos comportamentais que a sociedade moderna desfruta.

"O prazer é a única coisa pela qual vale a pena viver. Nada envelhece tanto como a felicidade" Marquês de Sade