domingo, 23 de dezembro de 2007

As manchetes da semana. Salve Oscar Niemeyer 100 anos...


Esta semana nós os amantes da música, sobretudo da que contém qualidade, ficamos muito satisfeitos com o fim da dupla Sandy & Junior, que alívio, não vamos mais agüentar aqueles irmãos caretas e seus comentários puritanos... Fora que a música além de ser um pop bem chiclete tem umas letras muito pitorescas lembram-se desse trecho “porque imortal não morre no final” essa é tão poética que até me faz querer ser escritor, imortal não morre no final...Graças a deus não veremos esses dois cretinos em palco. E teve um fã de dezenove anos que disse “eu trabalho, estudo e sou feliz, mas com o fim da dupla senti um imenso vazio”. Sugiro que ele procure um analista ou um hospício, pois para gostar desses infames só mesmo estando louco.
A primeira dama dona Marisa protagonizou um fato interessante esta semana, mandou tirar uma obra de arte do palácio do planalto feita de madeira que tinha sido feita a mando da ex primeira dama Ruth Cardoso; os assessores de dona Marisa disseram que ela não suportava a obra, a autora Elisa Bracher ficou indignada com a observação feita pela primeira dama. Na minha opinião meus caros amigos o que essa mulher conhece sobre arte e bom gosto? Deveriam colocar um estátua da Xuxa lá no planalto, aí sim dona Marisa aprovaria. Mais respeito com as artes não é nada mal.
A melhor notícia que eu gostaria de lembrar essa na semana passsada dia 15 de dezembro foi o aniversário de 100 anos de Oscar Niemeyer, entre vários personagens conhecidos estavam José Serra e Chico Buarque. O arquiteto Niemeyer disse que as portas da casa deveriam ficar abertas e que qualquer um poderia entrar e participar da festa, era só dar o nome na portaria, que ato digno do nosso maior arquiteto vivo, quem faria isso? Essa burguesia maldita brasileira tem muito que aprender com o Oscar, ele não quis música ao vivo e se negou a apagar as velas. Oscar Niemeyer é um exemplo de cidadão e profissional ético e eficiente...Que ele viva muitos e muitos anos...Parabéns Oscar um homem raro neste mundo patético, salve os comunistas.
Bem, na terça chega o natal e mais um ano as pessoas se amontoam nas ruas em busca de presentes, que euforia alienada, que consumismo neurótico, tenho certeza que em janeiro muitos estarão com seus cartões de crédito estourados...Nós os comunistas não comemoramos natal, não precisamos nos amontoar em shoppings e lojas como lobos selvagens gastando aquilo que não tem...Precisamos é de solidariedade, por isso sou redundante em dizer que temos muito a aprender com os indígenas brasileiros, eles não tem esse sentido de propriedade privada e esse senso individual que tanto nos deixa tristes nessa época do ano.
Que em 2008 possamos refletir e que possamos ser menos medíocres que no ano que se passou, temos que celebras as nossas misérias, nosso país absurdo.
Viva os fardas vermelhas, que o velho Noel vá as favas com seu trenó e suas bugigangas.
O natal é apenas uma forma de almentar as vendas dos porcos capitalistas, não tem espírito solidário e nem une as famílias, apenas mantém o poder de compra acentuado.
Vamos encher a barriga de comida e bebida enquanto a maioria nem tem o que comer.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Morrissey




Morrissey é o maior artista vivo da Inglaterra, suas palavras são primordiais em tempos como este em que nós estamos sem ternura no mundo.
Espero que o bardo inglês continue emocionando nossos corações até o dia da nossa gloriosa morte.
Hoje chorei por você meu querido amigo espiritual... amo-te com toda força que habita meu íntimo.

É Assim Que As Pessoas Crescem (Morrissey)


Eu estava desperdiçando meu tempo
Tentando me apaixonar
A decepção veio até mim e
Me chutou
Me deixou todo rôxo e
Me machucou

Mas é assim que as pessoas crescem
É assim que as pessoas crescem

Eu estava desperdiçando meu tempo
Procurando por amor
Alguém deve olhar para mim
E ver que há alguém dos seus sonhos

Eu estava desperdiçando meu tempo
Esperando por amor
Pelo amor que nunca vem
De alguém que não existe


É assim que as pessoas crescem
É assim que as pessoas crescem

Deixe-me viver
Antes que eu morra
Oh, eu não; a mim, não

Eu estava desperdiçando minha vida

Pensando o tempo todo sobre mim mesmo

Alguém em seu leito de morte disse:
"Existem outros infortúnios também"



Eu estava dirigindo meu car
Eu bati e quebrei minha coluna
Então, sim; há coisas piores na vida
Do que nunca ser o namorado de alguém


É assim que as pessoas crescem
É assim que as pessoas crescem


Quanto a mim, tudo bem
Por enquanto,de qualquer maneira.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Lula: ontem. hoje e amanhã.


Sinto extrema vergonha de ter votado na primeira eleição neste camarada que um dia se rotulou como a saída de um país legitimamente sempre governado por uma direita cega e abusiva.
Todas as pessoas que possuem bom senso devem estar atônitas e decepcionadas, ele foi a continuidade de um modo de governo que sempre tivemos aversão, no caso o PSDB, criado justamente pelo senhor FHC, que diz com a boca cheia que não faz parte da elite e nem governou só em função dela.
Na minha opinião o excelentíssimo Lula deveria mesmo é ser presidente , do Corinthians, porque de futebol ele entende, haja visto que todas as suas metáforas são futebolísticas...Lula foi a maior contradição da esquerda brasileira, levou anos para derrotar seu adversário e quando assumiu mostrou-se um desengano, o governo petista foi permeado de escândalos e corrupção, e ainda 50% da população apóia seu governo e o estado que tem maior prestigio é justamente o de Pernambuco coincidência ou não estado em que ele nasceu.
Lula se aproximou de pessoas que no passado seria impossível como: Henrique Meireles presidente do Banco Central fez conchavos com o PMDB inimigo histórico do PT e etc, mudou seu discurso radicalista da época que incentivava os metalúrgicos do ABC paulista a fazer greve, hoje crítica as paralisações dos funcionários e proíbe que o funcionalismo público faça protesto.
Agora recentemente fez acordos com senadores do PT para que eles votassem pela absolvição do afamado Renan Calheiros em troca da aprovação da CPMF...Agora só falta o José Sarney se tornar presidente do senado, fato que Lula apóia.
FHC alfinetou Lula dizendo que os candidatos do PSDB governam melhor e falam várias línguas...Segundo ele diz não ter vergonha de ser acadêmico e que nisso não reside nenhum mal, percebemos que FHC e Lula vivem em constante pé de guerra, uma disputa para ver quem pode mais, imagina se não é um disputa de egos, para ver quem é realmente o melhor...As diferenças entre os dois ficam mesmo no campo acadêmico e intelectual, porque na forma de governar são muito parecidos. O PT se tornou como na fábula do escritor George Orwell “A REVOLUÇÃO DOS BICHOS” em que os bichos tomam o poder da fazenda, expulsando seus donos humanos, mas no meio dessa revolução os lideres tornam-se tiranos. Eis o paradoxo de Lula e do PT criticaram tanto a oposição que no fim de tornaram-se como eles e até pior, pois promoveram privatizações do patrimônio público e nunca se viu tanta corrupção como no governo dos Trabalhadores.
Espero que em 2010 o povo não cometa o mesmo erro, as classes menos favorecidas só votaram em Luis Inácio por cauda do paliativo “Bolsa Família” e tantos outros programas assistenciais que não livram ninguém de um vida miserável, apenas prolonga esse ciclo infernal de pobreza.

Uma semana tumultuada para o Brasil e lá vem o Natal


Esta semana que passou foi muito tumultuada para o Brasil, começamos com a triste notícia que os senadores na sua grande maioria absolveram o corrupto Renan Calheiros; ficou claro a manobra do governo para fazer conchavos em pró da CPMF, o PT é um partido como qualquer outro, gostou tanto do poder que se lambuzou até os ossos, agora meus caros compatriotas imaginem se tivermos o terceiro mandato? E mais uma questão o PT representa a classe trabalhadora no cenário político brasileiro? Fazem conchavos com o PMDB, de Sarney e Renan. Estamos literalmente enfiados na merda, a política nos deixou desconsolados, sem esperança do país prosperar...Outro acontecimento relevante o Brasil é reprovado, de novo, em matemática e leitura, ficou em 54ª numa lista de 57 países no exame PISA sigla em inglês (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) Os resultados foram péssimos e nos mostram como a educação brasileira está fracassada. O melhor resultado foi nas escolas do Sul; São Paulo o coração financeiro do país teve um resultado muito aquém. As escolas particulares foram melhores que as públicas e isso não é nenhuma novidade, porém comparando com outras médias também deixaram a desejar. Chegamos numa estado caótico que o país tem que discutir a educação se quiser sair da condição de Terceiro Mundo, a grande ironia é que o nosso próprio presidente não dá valor à educação quando fala que não precisa de faculdade para ser presidente, claro que a formação acadêmica não significa competência em gestão, mas não podemos desdenhar o conhecimento que também provém da universidade...O que aspirar de um país que o presidente, se leu um livro em toda sua vida foi muito...Um indivíduo que lê sem dúvida está mais preparado que um que despreza livros...Temos que democratizar os livros sim, para não criarmos uma geração tão apática como essa horda perdida de jovens que não querem nada...Como podemos viver sem explorar a cultura da sociedade em que vivemos? Criamos apenas monstros consumidores... Estamos correndo muitos riscos, uma cultura massificada em que os indivíduos têm uma única opinião e visão da sociedade, de mundo... Que padronização do pensamento, que sociedade indiferente.
Já estamos em dezembro época do ano em que a euforia toma conta de todos e de repente todos ficam solidários... Natal contém um espírito muito produtivo, todos saem de suas casas para comprar vários tipos de presentes que muitas das vezes não são permeados pelo sentimento que deveria ser a Tônica desse período natalino: AMOR.
Na minha opinião o Natal é uma época de hipocrisias e desigualdades, enquanto muitos têm mesas fartas de alimentos, outros não têm nem o que comer no dia-a-dia, e alguns podem se perguntar, o que eu tenho a ver com isso? Respondo friamente, todos nós temos que ter responsabilidade social, ninguém vivi em uma ilha, e como podemos festejar felizes se muitos vivem na linha da pobreza; mas o capitalismo prega o individualismo, então muitos apertam a tecla “FODA-SE” e bebem e comem como verdadeiros fanfarrões... Todos despejam abraços e beijos nesta data movidos pelo álcool e sentimentos inverídicos...Esfaqueiam-se o ano inteiro e no Natal querem ser caridosos...Sempre desdenhei o Natal, este mesmo que alimenta as vendas nos malditos “SHOPPINGS”... Que pobreza de alma, o verdadeiro Natal ao qual remete a pessoa de Jesus Cristo ainda não existiu...O mesmo Jesus desprezava excessos e não era um beberão falante que desprendia amor medíocre, o válido espírito de Jesus é aquele que é exercido o ano todo com pequenos atos e gestos, as simples manifestações de afeto marcam a nossa vida.
Palavras são mais preciosas do que presentes, que possamos refletir sobre o ano que se passou para não apenar mudar o último digito do calendário, mas que possamos ser pessoas melhores no ano novo, mais humanos e solidários.

O Brasil precisa de um faxina interna, uma limpeza ética, um país sofrido que acentua as desigualdades sociais e a luta de classes...
A burguesia fede como disse Cazuza...Precisamos de uma revolução, um racha nessa velharia política e moral que já perdura desde 64, os ditadores de ontem são os democratas de hoje.
FELIZ NATAL SÓ PARA OS HIPÓCRITAS.
O presidente disse semana passada que este será o melhor Natal de todos os tempos, tirando apenas o que Jesus nasceu... Bem, só se for para a família dele, e Jesus não nasceu em dezembro...Que presidente mais antiquado e mal-informado.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Xingu (a civilização esquecida)


A tevê Cultura está exibindo um extraordinário documentário, apresentado pelo jornalista Washington Novaes, sobre os índios do alto Xingu.
Fiquei impressionado com o conhecimento que os índios têm, os mais velhos tentam passar o seu conhecimento aos mais novos, para que sua tradição e cultura não se perda com a influência do homem branco, que entra com seus atrativos tecnológicos e suas bugigangas capitalistas.
Lá no Xingu não há bordéis, hospícios, latrocínio, polícia, tráfico de maconha ou cocaína e shoppings, nós temos muito que aprender com os ameríndios, eles possuem uma cultura riquíssima, suas danças e seus hábitos são muito especiais. O capitalismo ali não conseguiu entrar por completo, ainda que muitos aderiram as roupas e os modismos dos brancos a grande maioria conserva suas tradições...
O pajé tem um papel muito bonito dentro da aldeia, ao contrário do que todos dizem sem conhecimento de causa, ele não é chefe de nenhum membro, e aconselha os mais jovens, recomendar e passa todo seu conhecimento que vem dos antepassados... Na nossa sociedade o homem velho é desdenhado e jogado para as traças, o governo não o respeita e a família o joga num asilo.
O índio não destrói a natureza com queimadas e desmatamentos, muito pelo contrário mantém uma relação de verdadeiro respeito com o meio ambiente, conservando para proteger... Fiquei maravilhado e encantado com esse povo, e me fiz uma pergunta: será que somos tão evoluídos como pensamos? Destruímos a natureza em nome do famoso progresso, poluímos rios, matamos animais por prazer, andamos de carro sem critério e criamos a bomba atômica e chamamos de democrático nossos regime assassino e segregador.
Nossos ameríndios sofrem a influência do homem branco há mais de 500 anos e não se perderam... Mantêm seus cânticos e sua memória... Tenho profundo respeito por essa civilização encantadora muito à frente de seu tempo... Como professor de história tenho um compromisso com esse povo... A história deve um reconhecimento aos índios... Nos livros eles são descritos com de passagem, os portugueses são exaltados e glorificados nos livros didáticos das escolas... Acho um absurdo e nossos governantes não dão a mínima para esse assunto.
Lembro-me que quando era aluno do primário eu já era um amante dos índios, via a arte que eles faziam no próprio corpo e pensava: que seres diferentes, trazem o devido amor e respeito pelo espírito que chamam natureza...
A cultura indígena é a mais brasileira de todas... Claro que houve um sincronismo entre as culturas, mas a indígena foi a única que permaneceu coesa, sensata e fiel. Os portugueses através dos "heróicos" BANDEIRANTES promoveram um fidedigno massacre, um banho de sangue desnecessário, e o índio resistiu bravamente a dominação, foi escravizado sim, mas não se ajoelhou a religião cristã que fere violentamente seus mais belos princípios. Existe vários monumentos que ressaltam e valoriza a cultura portuguesa, e o mais curioso é que andando pelas grandes cidades do Brasil, é difícil encontrar uma estátua que valorize e simbolize o índio ou negro. Temos que ensinar história com outra visão, não essa tradicionalista dos tempos remotos, essa história factual que demonstra apenas as datas e a ótica e esplendor dos que tiveram no poder.
Nós temos muito que aprender com os ÍNDIOS... Suas sabedorias são primordiais, num tempo em que não importa a ética, a valorização humana, o respeito e a civilidade... Mas sim a valorização decadente de uma sociedade sem alma e sem raízes, fruto de um sistema chamado capitalismo que aprisiona e condiciona os seres a miséria de espírito.Parabéns meus queridos indígenas por sua contribuição neste país dos absurdos.

domingo, 28 de outubro de 2007

Canção



O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação


o peso
o peso que carregamos
é o amor.


Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -


sai para fora do coração
ardendo de pureza -


pois o fardo da vida
é o amor,


mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.


Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contigo
quando negado:


o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.


Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -


sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.

On The Road completa 50 anos...


On The Road completa 50 anos...

O livro mais famoso de Jack Kerouac completou cinqüenta anos... Sinônimo de liberdade influenciou muita gente que sonhava com uma “América” menos moralista e repressora. O titulo que ganhou em português se encaixa perfeitamente na narrativa do livro “Pé Na Estrada” sem duvida nenhuma foi a Sagrada Escritura da geração 60 e de todas as posteriores, exceto a geração 90 que na minha singela opinião nada fez além de vestir suas roupas sujas e eleger o Kurt Cobain com seu porta-voz.
O personagem que mais me identifico no livro é Dean Moriaty, depois Sal Paradise...
A ultima cena do livro me emocionou demasiadamente, é justamente a despedida dos grandes amigoa Moriaty e Paradise... simplesmente de amargar o coração.
A América e o mundo precisariam de mais alguns como estes: Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, os poetas da geração Beat que mudaram os rumos de uma juventude assolada pelo puritanismo e pela tradição protestante que castra e aniquila cérebros.
O “Pé na Estrada” é o exemplo mais tangente que livros transcendem suas próprias limitações transformam pessoas e suas respectivas vidas.
Depois da geração Beat veio James Dean e o Rock n´ Roll... Jim Morrisson e todos os outros que mudaram nossas vidas.

Diário de William Bourroughs(1914-1997)


O caviar chegou. Sabe, filho, quando o sujeito se vicia em caviar Beluga, não há nada que não fará para satisfazer a fome de caviar que o consome.

Ele pode mentir, trapacear, pode até matar para conseguir uma porção. Pode chegar ao ponto em que nem humano é mais. Apenas um veículo para a vil prostituta troiana russa, oferecendo seu produto mortífero.

Posso imaginar alguém indo à falência de tanto comprar o melhor Beluga. Um dia ele chega a sua casa e sua filha de 15 anos e outros adolescentes estão comendo seu Beluga, acompanhado de milk-shake.

"Venha se juntar à festa, pai." Ela ergue o vidro vazio. "Chegou tarde." Ele seria capaz de matar todos, se não tivesse caído morto pela "Falta de Caviar na Hora Certa".

* Segunda, 5 de maio.

Allen morreu no dia 5 de abril de 1997.
Is it not time to
Dance and sing
While the bell of
Death do ring?
Turn on the toe
Sing out "Hey Nanny Noo".

* Segunda, 12 de maio.

Lembro no sonho que eu era jovem, com a vida toda à minha frente, em 1890, cidade pequena, cheia de gente simpática.

Gente simpática e ignorante. Eu não estava com pressa nenhuma. Dólares de prata chacoalhando no meu jeans. Na época em que um dólar comprava um banquete.

Acompanhado de um vinho francês da melhor safra e, é claro, do melhor caviar Beluga. Ou então você podia pagar uma boa transa. Qualquer tamanho, raça ou cor.

Então, onde foi que erramos? Acho que o erro sempre esteve ali. ''Segurança, a máscara amigável da transformação. Para a qual sorrimos, sem vermos o que sorri por trás dela.'' (Edwin Arlington Robinson)

Sinto-me frio e envelhecido. Sinto-me como Teiresias, morto há 15 dias, e as ondas desnudando seus ossos em sussurros _aquelas velhas, velhas palavras. Tantas cenas terríveis com _esqueça, desative, deixe pra lá, é apenas sua memória agora, remova-a. Você tem o poder de fazê-lo.

* Sábado, 24 de maio.

Dia legal a quarta-feira com a banda ME TOO (U2) em Kansas City. Gosto dessas apresentações públicas _como injeções de boa vontade recíproca sincera.

I'll go right back where
the bullets fly and
stay on the cow
until I die.

Aqui eu desabo, rindo. Tentando pensar numa leitura realmente nova que consiga transmitir quem sou e por que estou aqui. Tenho que fazer isso.

Começamos com a grande e feia mentira americana. Allen Ginsberg, segundo George Will, construiu sua carreira a partir das disfunções da Sociedade Americana.

Allen roeu um furo na Mentira; foi dele o Uivo ouvido no mundo todo, da Cidade do México até Pequim, o Uivo da juventude distorcida, sufocada.

A influência mundial de Allen foi algo sem precedentes. Ele, com a coragem de sua sinceridade total, encantou e desarmou as selvagens Feras da Fraternidade Estudantil.

* Domingo, 25 de maio.

Todos os governos são erguidos sobre mentiras. Todas as organizações são erguidas sobre mentiras. As mentiras podem ser inofensivas, como a mentira da droga milagrosa, a metadona, que supostamente remove o desejo de heroína (claro, como o gim alivia a necessidade de uísque).

A droga surgiu em meio a mentiras explicadas a mim por um dos primeiros médicos.

A metadona é a primeira síntese bem-sucedida da molécula de morfina. Em Tânger, tive um hábito de dois anos de metadona injetável que era droga pura.

Quem são os malucos antidrogas? De onde vêm?

Fato: a cannabis é uma das melhores drogas para combater a náusea, aumenta o apetite e o bem-estar.

Também estimula os centros visuais cerebrais. Já tive tantas imagens ótimas conseguidas com cannabis. Na minha época de saladas, eu usava só ela, e que realizações consegui! (''E que acasalamentos!'', como exclamou um crítico francês admirado.)

Algumas tragadas na teta verde e consigo enxergar múltiplas saídas e caminhos. Então por que tanta repressão a essa substância inofensiva e prazerosa?

Quem é você, para quem a verdade é tão perigosa? O que é a verdade? Algo imediatamente percebido como sendo a verdade.

Allen abriu rombos na Grande Mentira, não apenas com sua poesia, mas com sua presença, sua verdade espiritual auto-evidente.

Últimas palavras ''dois a cinco meses, os médicos disseram'', disse Allen, ''mas eu acho que vai ser muito menos''.

Depois ele me disse: ''Achei que ficaria apavorado, mas estou totalmente feliz!''. Suas últimas palavras a mim. Eu me recordo de falar com ele pelo telefone antes do diagnóstico fatal, e já estava ali em sua voz _distante, fraca. Então eu soube.

* Segunda, 26 de maio.

A busca da resposta final _o Santo Graal, a Pedra Filosofal. Uma miragem que se distancia. De qualquer modo, quem quer uma resposta final?

Perguntei a um físico japonês: ''Você realmente quer conhecer o segredo do universo?''. Ele disse: ''Sim''. Pensei que uma pequena fração desse segredo seria o suficiente para fazer você subir pela parede. Quanto a mim, só quero saber o que preciso saber para fazer o que preciso fazer. ''Sou apenas um Sargento Técnico.''

Será que quero saber? Já tentei psicanálise, ioga, o método de posturas de Alexander, fiz um seminário com Robert Monroe, fiz viagens para fora do corpo, Cientologia e saunas indígenas.

Procurando uma resposta? Por quê? Você quer saber o segredo? Nada disso. Tudo está no que não está feito.

Onde estão a cavalaria, a nave espacial, o esquadrão de resgate? Fomos abandonados aqui neste planeta governado por filhos da puta mentirosos, de poder cerebral modesto. Sem sentido. Nem uma minúscula fração de boas intenções. Filhos da puta mentirosos.

* Sexta, 30 de maio.

Uma revisão da vida não é um relato ordenado, da concepção até a morte. São fragmentos daqui e dali. Um telefonema. Um recado, meus óculos estão prontos. ''O senhor pode se sentir bastante bem com codeína.''

Um comentário: ''Ele parece um cão matador de ovelhas''. Dito a meu respeito por Pollet Elvins, pai de Kells, que, mais tarde, enlouqueceu de paresia.

* Sábado, 31 de maio.

Sobre seu rosto, uma sucessão de imagens da história do homem do século 20. A Segunda Guerra Mundial, a chegada à Lua. Burroughs com um terno negro e um chapéu. Uma figura sinistra.

Pouco antes de sua morte, dizia adorar apenas os gatos que circulavam por sua casa e pensava profundamente sobre caviar.

Sentia horror por uma sociedade que criava estado policial para controlar o desejo de fumar um cigarro no trabalho, bar e restaurante. Duvidava da qualidade de vida. Tinha fé apenas em si mesmo.

Aquele réptil asqueroso Gingrich, dedo-duro do Congresso, anda falando imbecilidades sobre uma América livre de drogas até o ano 2001. Perspectiva deprimente!

É claro que não estão incluídos álcool e cigarros, cujo consumo vai aumentar vertiginosamente. Como se pode ter um Estado livre de drogas? Simples. Uma operação pode remover os receptores de drogas do cérebro.

Quem se recusar a fazer a cirurgia será privado de todos os seus direitos. Eles não vão poder alugar casa, os restaurantes e bares vão se negar a atendê-los. Não terão passaporte, nem benefícios sociais, nem cobertura médica, nem direito de comprar armas de fogo.

Como odeio os que se dedicam a gerar conformismo. Com que objetivo? Imagine a banalidade estéril de uma América livre de drogas.

Nada de drogados, apenas bons e decentes americanos de vida limpa, de uma costa brilhante à outra. Toda a área da dissensão extirpada, como um furúnculo.

Nada de favelas. Nada de regiões de operações clandestinas vagas. Nada de nada. Ali fora, nas ruas impiedosas do meio-dia. Nada de cartas.

Até que ponto será bom ter conformismo total? Que lugar vai sobrar para a singularidade? E a personalidade? E você e eu?

* Quarta, 4 de junho.

''J'aime ces types vicieux, qu'ici montrent la bite.'' Gosto dos tipos sacanas que mostram o pau aqui. Anônimo, num mictório de Paris.

''Não é ótimo cantar e dançar enquanto os sinos da morte tocam e giram na ponta dos pés e cantar 'Hey Nanny Noo'.'' Sim, amo a vida em toda sua diversidade, mas enfim o sino toca, assinalando a chegada da noite.

* Sexta, 6 de junho.

Fico imaginando qual será o futuro do romance ou de qualquer forma de escrita. Depois de Conrad, Rimbaud, Genet, Beckett, Saint-John Perse, Kafka, James Joyce, Paul Bowles e Jane Bowles.

Com Paul, havia uma escuridão sinistra, como um filme sub-revelado. Com Jane? Como seus personagens se movem?

É especial demais para formular em palavras. O que resta a ser dito? Ah, esqueci-me de Graham Greene. Talvez houvesse justamente aquele tanto de ''sumo'', como Hemingway costumava dizer, mas não o suficiente para uní-lo a Joyce e aos poucos eleitos.

Faltou um pouquinho. Ele se matou de vaidade e auto-inflação, e aí o balão se rompeu. Ele sabia que estava acabado. ''A coisa não vem mais.'' Ele não estava mais ali, simplesmente.

Voltando à literatura. Talvez não haja mais nada a dizer. Conrad disse muito do que havia a se dizer em ''Under Western Eyes'' e ''Lord Jim'', e Genet o disse na costa espanhola.

Posso sentir sua fome, descendo ao lado do cais onde o pescador às vezes lhe atirava um peixe, que ele assava sobre uma fogueira de gravetos e comia sem sal.

Para que continuar? ''O bonde descreveu uma curva larga em 'u' e parou; era o fim da linha.'' Paul Bowles no final de ''Sheltering Sky''. Céu. Não consigo nem mesmo escrever a palavra céu. Acho que sinto _para que continuar?

* Sexta, 1º de agosto.

Amor? O que é? O analgésico mais natural. O que há. AMOR.

Tradução Clara Allain



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O príncipe negro da literatura sobrevive
de Marcelo Rezende


Para sempre, como uma condenação, um viciado. De William . Burroughs, o romancista, ator, pintor, panfletário e poeta, morto no último dia 2 de agosto, aos 83 anos, a mídia de língua inglesa se lembrará assim.

No lugar do aventureiro, o heroinômano. Ocupando o espaço do cultor da prosa experimental, "reinventor" da ficção científica e herdeiro exaltado do surrealismo, o consumidor compulsivo de haxixe no Marrocos, de cannabis no México ou de anfetamina na ensolarada _para ele quase nunca a luz_ costa da Califórnia.

''Junky'' ("Drogado") é então menos um romance, um relato e uma memória, mas, antes, uma carta de intenções de quem, pelas escolhas da prosa e da vida, tem a extrema pretensão de não caber no Ocidente.

O ano é 1953, em uma década de grandes acontecimentos. Burroughs já havia matado sua mulher com um tiro, alegando ter sido um acidente infeliz. Morre também, com o caso, os restos de sua heterossexualidade relutante. Até o fim, amará apenas meninos.

O livro é então caçado e proibido, pois a ninguém interessa a história de um homem que rouba, mente e ataca em nome do vício para, no final, aprender ser a vida o acúmulo de casos sem sentido, decretando que uma moral só é possível em fábulas infantis.

Não é um gênio. Não é o melhor nem mesmo o único. Seguem seu rastro o poeta Allen Ginsberg (1926-1997) e o romancista Jack Kerouac (1922-1969). São a ''beat generation'' e estão infelizes com os EUA da opulência do pós-guerra e da idéia de uma vida correta. Um desconforto que pretende oferecer alternativas aos que não se ajustam aos bons costumes.

Mas tudo se dissolve nos anos 60. Há agora contracultura, Beatles, maio de 68 e LSD. Ele sabe que não dará certo. É impossível, parece-lhe. O mundo está condenado ao inferno da ditadura infeliz da classe média, ou do totalitarismo, pensa em Paris, Londres ou na selva latino-americana.

Prevê doenças assassinas. Espera o dia em que os governos possam controlar a mente de seus cidadãos, pois para Burroughs a linguagem é um vírus.

Passa então dias errando pelo deserto com uma espingarda, atirando para o alto. Burroughs, o paranóico. O ''Noam Chomsky do submundo''. O admirado e pouco lido ''príncipe negro'' da literatura norte-americana.

Mas sobrevive. Atravessa as décadas e assiste a um show de oportunismo com seu nome. Escreverá ''The Western Lands'' (1987), outra obra máxima após ''Almoço Nu'' (1959), e outras tantas, sempre lançadas em silêncio, seguirão depois.
É fotografado ao lado de bandas de rock, cantores de rap, cineastas e artistas performáticos. Sorri para a imprensa e ensina aos novatos a arte da dissimulação. Aparece na TV de seu país em um comercial para uma marca japonesa de tênis. A frase, na tela, é profética: ''Eu acredito em alta tecnologia''.

Sobre seu rosto, uma sucessão de imagens da história do homem no século 20. A Segunda Guerra Mundial, a chegada à Lua. Burroughs com um terno negro e um chapéu. Uma figura sinistra.

Pouco antes da morte, dizia adorar apenas os gatos que circulavam por sua casa e pensava profundamente sobre caviar.
Sentia horror por uma sociedade que criava estado policial para controlar o desejo de fumar um cigarro no trabalho, bar e restaurante. Duvidava da qualidade da vida. Tinha fé apenas em si mesmo.

Textos publicados no caderno Ilustrada do jornal Folha de São Paulo do dia 29 de agosto de 1997

Domingo


Um prato sujo na pia
A macarronada insossa na mesa
Meus olhos sorumbáticos na janela
E a cólera presente na retina
Sou egoísta e sempre serei,
Bom seria se todos confirmassem
Suas aberrações e excentricidades
A vida seria menos bestial.
Gostaria de colocar minha alma
Para secar ao sol...
Gostaria de dar férias
Para as pessoas estúpidas
Gostaria de viver para
Os beijos...
Eu sou um paradoxo
Eu sou às contradições
Antigas que chamamos
De perversidade,
Eu amo as flores cândidas
Do outono
Eu flerto com a morte
Dia e noite
Dos ventos solitários
Ao cume dos prazeres
Dou apenas um passo.
Desafio à compaixão
Com indiferença.
Detesto o amor passivo
E sofro com a letargia
Humana.
Domingo eis o nosso
Marasmo,
Dia de se pensar e filosofar
A vida
Enquanto engolimos
O macarrão nosso
Do desânimo.
C.V.W. 28/10/2007

Tabacaria (Fernando Pessoa)


TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.


Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.


Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.


Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?


Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.


(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)


Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.


(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)


Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente


Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.


Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.


Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,


Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.


Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.


Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.


Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.


(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

domingo, 21 de outubro de 2007

Última do jornal. Será que nós eleitores somos palhaços?


Possíveis candidatos.

Como de costume no Domingo compro o jornal, para me atualizar e ver as novidades que estão acontecendo no mundo e no Brasil.
Hoje gostaria de comentar sobre as eleições de 2008 e os possíveis candidatos que lançaram a sorte no ano que vem.
Chamou-me bastante a atenção os nomes. Para vereadores de São Paulo: 1) Léo Aquilla (o transformista). 2) Sérgio Malandro (o comediante). 3) Ronaldo Vésper ( o estilista afetado). 4) Renata Banhara (capas de revista de marmanjos). Quem dá mais?
Depois de Frank Aguiar e Agnaldo Timóteo (deputado e vereador) respectivamente e a volta de Paulo Maluf e Fernando Collor de Mello, o que podemos esperar para o futuro do nosso estado e do nosso famigerado país?
Fiquei refletindo sobre esses nomes e pensando profundamente no que eles poderão fazer por nós, além de embocar o nosso dinheiro que vem de inúmeros impostos que temos que pagar.
Realmente estamos muito bem servidos de candidatos para a próxima eleição, e se estes são os nomes para vereadores de São Paulo e quem será o que se lançarão a presidente do Brasil? Faustão, Gugu Liberato, Silvio Santos?
Que venha 2008... E 2010.
Será que esse é nosso futuro? E ainda fazem campanha para os de 16 anos votarem...
Que país sem criatividade, por falta de nomes de peso, ficamos a mercê dessa bandalheira.
Boa sorte Brasil o futuro está lançado e nossa sorte também, que deus nos proteja.

domingo, 14 de outubro de 2007

11 anos sem Renato Manfredini Jr.


No ultimo dia 11 de outubro completaram-se onze anos sem Renato Russo, ele faleceu em 1996, uma data fatídica para todos os legionários.
Calou-se a maior voz e o maior letrista do rock nacional dos anos 80, ele foi o mais expressivo... Suas palavras fizeram parte da vida de muitos jovens nas esquinas de um Brasil ainda assombrado pela ditadura militar (1964/1985). Em 1978 ele escreveu “Que País é este” E não é que ela continua atual e relevante... Poderia muito bem servir de trilha sonora para o caso Renan Calheiros...A juventude dos anos 2000 não possui um Renato Russo... A juventude de hoje tem que se contentar com o poeta skatista Chorão que de longe não sabe escrever poesia e nem declarações de amor. Porta voz de uma periferia que não me representa. Mas isso não vem ao caso.
Falando de Renato Russo, sentimos muito sua falta... No último disco da Legião Urbana "A Tempestade” sentimos a força que ele possuía nas palavras, por exemplo, nas primeiras palavras do disco sentimos a pujança: “Vamos falar de pesticidas e de tragédias radioativas, de doenças incuráveis, vamos falar de sua vida”.(Natália) denúncia os tempos de desencanto, e a doença maligna que por irônia do destino o matou.
Renato Russo foi mais que um cantor que atingiu a fama e o dinheiro... Ele personificou nossos anseios nas suas canções... Foi um artista completo, íntegro, fiel a si mesmo...Sincero com o seu público... Não colocou a canção “Clarisse” no último disco devido ao caráter suicida da canção. Não quis cerimônia de velório porque sabia da histeria coletiva que se tornaria tal evento.
O cantor britânico Morrissey tem um pensamento que encaixo no Renato: “Os melhores mundos são únicos”. Por que será? Não se cria “gênio” nas escolas...Os grandes pensadores e as almas espirituosas não têm espaço neste mundo moderno? O que sobrará para nós? Os medíocres da TV que se acham e se definem como artistas? Os que vão ao jornal para reclamar do assalto do seu Rolex, que custa 10 mil reais... Que decadência vive este país... Que saudade eu sinto do Renato Russo e suas entrevistas inspiradas... Eu nunca tive vergonha de dizer que ele me influenciou muito, através dele descobri a literatura e os filmes de Jean-Luc Godard. 1984, livro homônimo de George Orwell, li por causa do Renato que o citou numa de suas entrevistas. Os cantores de hoje, seja do sertanejo brega ou do forró esdrúxulo passam o que para o seu público? Mostram suas mansões na revista caras ou no programa do Gilberto Barros ou ainda vão ao cafona Silvio Santos brincar no qual é a música?... Que falta de propensão artística... Falta-lhes imaginação, simplesmente são pessoas que nunca viram tanto dinheiro na vida são os “emergentes” novos ricos que não possuem cultura para o dinheiro que ganharam. Que afundem nesse poço de merda contemporâneo nos status que a mídia propõe...
Lembro-me do dia 11 de outubro de 1996, eu estava dormindo quando meu sobrinho me disse: -Tio o Renato Russo morreu. Levantei atônito e não acreditei: pára com isso rapaz, isso não é brincadeira. Liguei o rádio e estava tocando “Quando o sol bater na janela do teu quarto” quando o locutor disse: -Morreu nesta madrugada o cantor e compositor Renato Russo. Como chorei... foi uma das minhas maiores amarguras nesta minha vida... Não foi o cantor famoso que morreu... Foi o meu melhor amigo da juventude...Comprei o disco “Dois” em cassete em 1986, e como aquele disco mudou a minha existência... Quando escutei estes versos... “Ás vezes parecia que de tanto acreditar/ em tudo que achávamos tão certo/ teríamos um mundo inteiro/ e até um pouco mais/ faríamos florestas num deserto/ eu sei é tudo sem sentido/ quero ter alguém com quem conversar/ alguém que depois não use o que eu disse/ contra mim.”(Andréa Doria) isso foi uma cartase, um grito da uma geração, cansada de um país atolado na lama do atraso, atolado nos retrógrados: Sarney,ACM e Cia LTDA.
Eu, chorei parafraseando uma frase do Cazuza “Meus heróis morreram de AIDS, meu inimigos estão no poder”.IDEOLOGIA EU QUERO UMA PRA VIVER.
Renato Russo vive...Fui em 2003 a rua Nascimento Silva no bairro de Ipanema, e fiquei olhando para o apartamento de três andares e pensei: será que ele está sentado na cadeira fumando um cigarro? Para mim ele não morreu... Foi dar uma volta na lua em busca de amor... Um dia ele volta.
Renato Russo (27/03/60-11/10/96) NÃO FOI TEMPO PERDIDO.

sábado, 13 de outubro de 2007

Mônica Veloso é a síntese das mulheres vulgares.


Renan Calheiros 0 x 3 Mônica Veloso

Esta semana vivemos uma agitação política... O nosso famigerado senador resolveu se afastar do cargo de presidente do senado por 45 dias. Na minha opinião como cidadão acredito que ele deveria abandonar o seu mandato, para manter um pouco de hombridade. Ele não tem nem um pouco né?
Nossos políticos são verdadeiros apáticos, vivem se esbofeteando pelos corredores do senado só defendendo o poder e seus mandatos...O povo que se dane literalmente.
Gostaria de registrar um fato grotesco desta semana, em meio a toda esta sujeira política, a pivô do escândalo Mônica Veloso teve seu cinco minutos de fama:sua revista Playboy foi um sucesso no planalto. Na minha opinião ela não passa de um arrivista, uma pessoa que se aproveitou de um escarcéu pra ficar famosa, falta-lhe talento... Se não fosse o envolvimento com o senador alagoano ela não passaria de um desconhecida na multidão...Esta mulher representa o que de mais grotesco o universo feminino possui... Imbecis aqueles que compraram esta revista... Dar dinheiro pra essa aproveitadora barata... O curso de jornalismo não lhe servil de nada. O mundo moderno é engraçado “qualquer um pode se tornar uma celebridade” basta se envolver num escândalo trivial. A mídia é muito singular nas suas escolhas: transforma estes esqueletos em “celebridades fugazes” quem se lembrará dessa boçal daqui a cem anos?
Os verdadeiros artistas que precisam mostrar seus trabalhos não têm a oportunidade...além de mostrar sua nudez para ganhar uns trocados, ela ainda ganhará um programa de TV, nada mal para quem era apenas a ex. amante do presidente do senado.
Oportunista ela? Que nada o povo brasileiro adora esses tipos: namorada de piloto de fórmula 1, jogadores de futebol, participantes de reality show "estes são os verdadeiros artistas" Viva esses malditos na sua aparente pobreza de espírito.
A sociedade chama mulheres que ficam nas esquinas fazendo sexo por dinheiro de putas,prostitutas ou meretrizes... Será que elas que são putas? Deixo esta pergunta para uma póstuma reflexão.

MORRE NOSSO MAIOR ATOR... Paulo Autran(1922-2007)


Uma perda irreparável... Perdemos nesta quinta-feira o maior ator dentre os atores... Vitima de um câncer no pulmão e enfisema pulmonar , Paulo Autran, 85, faleceu ontem, ás 16h10 no hospital Sírio-Libanês,em São Paulo....O Brasil perde não só seu melhor ator como também um homem de Sensibilidade ímpar, um intelectual, alguém que influenciou muitos atores... Ele amava o teatro, tanto que ficou em cartaz com o “Avarento” de Moliere até maio deste ano...Paulo Autran foi o maior ator brasileiro sua contribuição ao teatro brasileiro é inegável. Ele participou de 90 montagens teatrais, 23 filmes e 4 novelas... Atualmente declamava poesias na Bandnews FM.
Seu papel mais emblemático no cinema foi no filme “Terra em Transe” de Glauber Rocha, de 1967. Paulo Autran foi o único ator que não precisou fazer novelas exaustivamente para continuar como ator... o teatro era seu retabulo, seu Éden, sua respiração. “A maior tragédia na vida de um homem é perder aquilo que se ama...” já dizia Oscar Wilde, e penso que Paulo Autran não agüentaria viver sem poder colocar os pés nos palcos sagrados do teatro, preferiu fechar as cortinas... se encontrar com os deuses gregos...Ele era especial, singular podíamos ver isso na sua voz e rosto.
Paulo Autran sobre a morte:
"Acho que a morte é que faz a vida ser boa.Já imaginou que horror viver eternamente? Para sempre? Não poder morrer, não poder acabar? E é por isso que viver é bom, é tão impressionante, e tão prazeroso." abril de 2007.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

As superstições modernas


Na visão dos religiosos de fé irracional o “diabo” é o responsável por todos os infortúnios da experiência humana, diga-se de passagem este é um ponto de vista desprovido de sentido e razão.
O diabo anda tão atarefado nos dias de hoje, ele influencia os homens a cometer os delitos e estimula-os não? Marx já dizia que a religião seria ópio do povo, e não é que ele tinha conhecimento de causa para tal afirmação.
A promessa da vida eterna e o espectro de satã são os motivos do apogeu da igreja, uma tática infalível quando se trata de pressão psicológica. Aqueles que comandam o pensamento das massas sabem bem como dominá-los sempre!
A salvação interessa ao estado e o pseudo-intelectual, reforça sua principal finalidade “o controle e estabilidade da ordem e, conforto das massas de trabalho”.
O protestantismo é demasiado pobre de interpretações e significado, pregam a bíblia como se ela fosse a voz verdadeira de deus, uma confiança inquestionável e irrefutável. A base para o controle cristão é: 1) sujeição a deus, sem questionamentos, “apenas obedeço e calo-me.” Não sei ao certo porque obedeço. 2) psicologia do medo, usa de ameaças e promessa de punição a todos aqueles que não seguem os mandamentos.
O medo da morte, e o medo da solidão são muito temidos no inconsciente das massas.
O individuo cristão é doutrinado gradualmente nas inúmeras formas de “renuncia”.
Renuncia-se a subjetividade, renuncia-se ao pensamento analítico, renuncia-se o próprio “eu”, assim todas as possibilidades de singularidade findam.
A Idade Média ficou no pretérito mais que perfeito da história, mas, os valores, temores e as crendices não se extinguiram da moral e do mundo, apenas vestiram outra roupagem.
“Prosperidade” é o termo mais empregado em nossos dias, os lideres nas suas exortações habituais banalizam tal conceito. “Castração” outro apelo exacerbado da religião em atinar os instintos e os desejos dos jovens sem vontade própria.
Os papas não se casam, apenas para não dividir os “bens” da Sta e imaculada igreja. O voto de pobreza só não se aplica no seio do Vaticano.
Indulgências também são vendidas por preços razoável nos dias atuais...
Catolicismo e protestantismo foram separados pelo ódio e pelo contexto histórico, duas pragas de velha data que conquistaram seus impérios.
O cristianismo em todas as suas correntes carece de criatividade, destruíram o paganismo e recauchutaram o mito, simplificando a gênese do mundo em sete dias, e resumiram o aparecimento dos seres vivos em apenas dois seres: Adão (homem) e Eva (mulher), e o fruto (filho) dessa sinistra relação foi o pecado original.
E o que viria a ser o pecado? Crueldade, iniqüidade, maldade, perversidade, culpa e defeitos... Estas são algumas das definições para tal assunto. Curioso é o fato de que os deuses gregos possuírem todos estes defeitos, assumindo-os para si, humano demasiado humano, enquanto na mítica cristã somos a imagem e semelhança de deus, podendo alcançar a perfeição, não na terra mas no céu.
A meu ver pecado é: a fome, a guerra, a fealdade, a falta de respeito, a indiferença, o individualismo, o consumismo doente, o analfabetismo,o desamor, a intolerância, o preconceito, sexismo, machismo e todas estas pestes derivadas do pensamento cristão; seita de vanguarda que se transformou em poder e aristocracia.
O feudalismo lhes caiu como uma luva (papas e o clero).
Viva o séculos XI ao XIII, dos horrores e das guerras santas...
Viva o surgimento da burguesia com seu pornográfico egocentrismo.
Estamos esperando o século XXI começar, longe dessa caretice e burrice vigentes.
Os donos do mundo promoverem o Apartaid, e a AIDS...

domingo, 30 de setembro de 2007

Sociedade Viva Cazuza


Sociedade Viva Cazuza iniciou suas atividades em 1990, quando Lucinha Araújo e João Araújo, pais de Cazuza, amigos e médicos decidiram dar continuidade à sua luta contra o HIV/AIDS.

Em 1994, foi inaugurada a primeira Casa de Apoio Pediátrico do Município do Rio de Janeiro, em imóvel cedido pela prefeitura.

Hoje, a Sociedade Viva Cazuza:

Abriga 22 crianças com idade entre 3 e 15 anos, na Casa de Apoio Pediátrico;

Mantém um site educativo e inforativo sobre Aids, com objetivo de trazer informações científicas atualizadas sobre o tema em português;

Desenvolve um trabalho de Apoio Social para 120 pacientes adultos em acompanhamento ambulatorial no Hospital da Lagoa e no Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião;

Desenvolve Projeto de Prevenção à AIDS em escolas e empresas;

Produziu e distribui a cartilha “Uma babá mais que perfeita”, para profissionais que trabalham com portadores do vírus da AIDS.

Fonte: www.cazuza.com.br

(Não há perdão para o chato ) Cazuza


Respeito o cara que é padre
Porque não sente tesão
Respeito quem rouba com fome
Quem consegue dizer não

Tem o meu respeito quem pede esmola
Quem ganha a sua mesada
Mas tem que ser mão aberta
Com a rapaziada

Só não há perdão para o chato
Perdão para o chato
Não há perdão
O reino dos céus é do chato
Do chato, do chato
Do otário e do cagão

Respeito quem é radical
Respeito quem ama errado
Respeito o cara careta
E o cara exagerado

Quem não gosta de criança
E quer viver solitário
Quem odeia rock'n'roll
Mas gosta de um rebolado

Só não há perdão para o chato
Perdão para o chato
Não há perdão
O reino dos céus é do chato
Do chato, do chato
Do otário e do cagão

Respeito o cara-de-pau
Respeito o mal-humorado
Respeito a quem só reclama
Por ser mal remunerado

Tem o meu respeito quem quebra tudo
Na noite dos desesperados
E também o cara burro
Que sabe ser engraçado

Só não há perdão para o chato
Perdão para o chato
Não há perdão
O reino dos céus é do chato
Do chato, do chato
Do otário e do cagão

O Homem Que Caiu Na Terra


O HOMEM QUE CAIU NA TERRA (The Man Who Fell to Earth)Com: David Bowie, Rip Torn, Candy Clark, Buck Henry .1976, 140 Minutos, Direção: Nicolas Roeg .

David Bowie é um alienígena disfarçado de homem, que tem como objetivo a obtenção de água, seu planeta carece da bebida vital.
Thomas Newton, eis o homem que caiu na terra, incumbido de salvar seu planeta ele se transforma num homem rico e poderoso.
Bowie tem uma interpretação magistral, com os cabelos vermelhos e magérrimo e pálido ele se converteu em alienígena autêntico, à trilha sonora foi composta pelo próprio Bowie, um ano depois virou disco “Low” 1977.
Thomas ganha muito dinheiro em seus empreendimentos... Começa a adotar um comportamento estranho...Fica viciado em TV, tornando-se alienado, bebe demais virando um beberão depressivo, que pensa em voltar para o seu planeta... e rever sua família. Arruma uma amante que descobre o seu silencioso segredo, mas deixa de amá-lo...a sociedade científica sabe que é um homem vindo de outro lugar.
Esta ficção científica dos anos 70, trás um clima psicodélico, sons e sensações de estranheza nos permeiam ao assistir este formidável filme.
Thomas Newton, sente-se abandonado num mundo diferente do seu, preso na ganância e na falta de afeição por seus novos amigos humanos... Este filme serve para uma reflexão dessa sociedade de consumo, tecnocrata e capitalista, os especuladores de mercado, a bolsa de valores, as inúmeras tecnologias, aonde levaram o homem no seu imenso vazio de vícios? Onde iremos buscar água potável quando ela acabar?
David Bowie, sempre foi um artista completo... Ninguém além dele pensou e refletiu tanto sobre os alienígenas e a vida fora do planeta Terra, e ninguém além dele poderia ser Thomas Newton o andrógino sedutor, um dândi alien, o esteta do esteta.
O homem que caiu na terra tem uma fala muito interessante enquanto assiste tevê "Saiam da minha mente" me deixem em paz!

domingo, 23 de setembro de 2007

Um relato de Gandhi sobre sua opção vegetariana By site veganpride


Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade
Um relato de Gandhi sobre sua opção vegetariana
Acompanhar os caminhos de Gandhi, no final o século XIX, em busca de uma alimentação ética, saudável e "espiritual" é mais do que curioso; seu relato coloca-nos em contato com outra dimensão do vegetarianismo. Impossível ler sua biografia e continuar o mesmo. Tente. Aqui, reproduzimos apenas um trecho do livro; mas ele dá uma dimensão da grandeza e profundidade dos ideais do Mahatma.O livro Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade, Mohandâs Karamchand Gandhi, você encontra nas livrarias e bibliotecas.
"17. Experiências de dietética"
Á medida que me estudava e me escrutava mais atentamente, a necessidade de modificar-me, em profundeza e em superfície, impunha-se-me cada vez mais. Desde que reformei inteiramente as finanças e o meu modo de vida - ou mesmo antes disso - procurei mudar de regime alimentar. Percebi que os autores que tratavam do vegetarianismo tinham examinado muito minuciosamente o problema, abordando-o sob o ângulo da religião, da ciência, da prática e da medicina. Do ponto de vista da ética, haviam chegado à conclusão de que a supremacia do homem sobre as espécies animais inferiores não implicava que a humanidade considerasse estes últimos como presas, mas que o tipo mais evoluído protegia o inferior, e que havia auxílio mútuo entre eles, assim como de homem para homem. Tinham feito ressaltar também essa verdade, a saber, que o homem não come por prazer, mas para viver. E alguns dentre eles, em conseqüência, propunham e efetivamente praticavam a recusa de tocar não somente em carne, mas também em ovos e leite. Do ponto de vista científico, alguns haviam concluído que a estrutura do corpo humano provava que o homem não tinha sido feito para a alimentação cozida, mas era um animal frugóvaro; que não fora feito para consumir senão o leite materno, e que, possuindo dentes, devia entregar-se à alimentação sólida. Do ponto de vista médico, esses autores propunham que se abolissem todas as especiarias, todos os condimentos. Referindo-se a argumentos práticos e de economia, demonstraram que o regime vegetariano era o menos dispendioso de todos. Esse conjunto de considerações teve o seu efeito sobre mim e travei conhecimento com vegetarianos desses diferentes tipos nos restaurantes do regime que eu freqüentava. Existia na Inglaterra uma Sociedade Vegetariana, que publicava o seu boletim semanal. Tornei-me assinante desse boletim, inscrevi-me na Sociedade e não tardei a surpreender-me membro do Comitê Executivo. Aí entrei em contato com os que eram considerados pilares do vegetarianismo e lancei-me em experiências pessoais de dietética.1889Deixei de consumir doces e condimentos que recebera de casa. Tendo mudado de direção o progresso do meu espírito, a minha paixão pelos temperos esgotou-se por si mesma. Adorava agora os espinafres cozidos que me haviam parecido insípidos em Richmand, cozinhados sem condimentos. Muitas outras experiências semelhantes ensinaram-me que a verdadeira sede do paladar não é a língua, mas o espírito.Bem entendido, o argumento econômico estava sempre diante dos meus olhos. Havia, naquele tempo, um grupo que considerava nocivos o chá e o café, e preferia o cacau. Convencido como estava de que não se devia consumir senão os artigos necessários ao sustento do corpo, abandonei o chá e o café, de modo geral, e os substituí pelo cacau.(...) Na Inglaterra, encontrei três definições de carne. Segundo a primeira, só tinha direito a esse nome a carne dos pássaros e a dos animais. Os vegetarianos que a aceitavam abjuravam a carne dos pássaros e dos animais, mas comiam peixe, para não falar em ovos. De acordo com a segunda definição, a palavra carne aplicava-se à carne de toda criatura viva; não se pensava, pois, em tocar em peixe, mas os ovos eram permitidos. A terceira definição englobava não somente a carne de toda criatura viva, mas igualmente os seus frutos, conseqüentemente o leite e os ovos. Seu eu me ativesse à primeira, poderia comer tanto os ovos como o peixe. Mas estava convencido de que a definição adotada por minha mãe era a que eu devia observar. Se, portanto, quisesse cumprir o voto que tinha pronunciado, devia renunciar aos ovos. Renunciei a eles, Foi uma dura privação, pois que a mais simples indagação provava que, mesmo nos restaurantes vegetarianos, os ovos entravam na feitura de muitos pratos. O que significa que, salvo nos casos em que eu sabia de que se tratava, tinha de decidir-me, não sem constrangimento, a perguntar se tal ou qual prato continha ovo - porque numerosos pudins e bolos não estavam isentos dele. Mas, se a revelação do que era meu dever me impunha essas dificuldades, simplificava também a minha alimentação. Simplificação que, por sua vez, me causava muitos aborrecimentos, pois tive de renunciar a diversas iguarias pelas quais tomara gosto. Essas dificuldades foram passageiras: a estreita observância de meu voto proporcionou-me delícias interiores evidentemente mais sãs, mais sutis e mais duradouras.(...) O entusiasmo do neófito pela fé que acaba de abraçar é maior do que o da pessoas que nasceu na mesma religião. O vegetarianismo representava então, para os ingleses, um culto inédito. E igualmente para mim: como já tivemos oportunidade ver, eu era, ao chegar, um carnívoro convencido, e a minha conversão intelectual ao vegetarianismo devia vir mais tarde. Cheio de zelo dos novos convertidos, decidi criar um clube vegetariano no bairro em que vivia - Baywater. (...) O clube prosperou algum tempo, mas extinguiu-se ao cabo de poucos meses, porque, fiel ao costume de mudar-me, periodicamente, deixe o bairro. Não obstante, essa breve e modesta experiência instruiu-me, de modo ligeiro, sobre a organização e a direção de uma instituição."


sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Morrissey "o maior inglês vivo."


Steven Patrick Morrissey, cantou e compositor, nasceu no dia 22 de maio de 1959 na cidade de Manchester, Inglaterra. Morrissey é o segundo filho de Peter Morrissey e Betty Dwyer, que migram de Cumlin, Irlanda, em busca de novos horizontes na Inglaterra.
Morrissey, leitor voraz foi influenciado pela literatura de Oscar Wilde, John Keats, Yeats, Shakespeare... teve uma infância difícil, certa vez o cantor comentou que sua educação teve vestígios da irmandade cristã, proveniente da Irlanda, origem de seus antepassados.
A grande parte de seus professores eram irlandeses, brutais e na maioria das vezes homossexuais, acusados de maus tratos. Morrissey relatou que aquela educação escolar não era propriamente uma educação, mas sim violência e brutalidade, alunos freqüentemente apanhavam na sala de aula e todos continuavam sentados e em silêncio.
Nas palavras do bardo inglês “...Tudo que aprendi foi não ter auto-estima e sentir vergonha sem saber porquê... por fazer parte da classe trabalhadora”.
Esses relatos do próprio cantor nos dão uma idéia de como a formação escolar nos prepara
para a vida adulta, ou nos torna inválidos emocionalmente. Muitos desses questionamentos permearam as letras e as atitudes do cantor. Numa canção intitulada November spawned a monster (Novembro Gerou um Monstro), versos tristes “continue dormindo e sonhe com o amor, porque é o mais perto que você chegará do amor... mas se Jesus me fez, então, Jesus salve-me da pena e da compaixão e pessoas discutindo sobre mim.”
Manchester, cidade basicamente industria não gerava muitas oportunidades de emprego na década de 70, morrissey começou a trabalhar em 1977, como balconista de uma loja e logo depois foi co-escritor da banda Nosebleeds, que tinha como um dos integrantes o guitarrista Billy Duff do The Cult. Em 1978 se tornou balconista de uma loja de discos em Manchester, e dois anos depois porteiro de um hospital.
Em 1982, conhece o futuro guitarrista e parceiro Johnny Marr, o garoto introspectivo mostra suas letras para o novo amigo, juntam-se aos dois o baterista Mike Joyce e o baixista Andy Rourke. De 1982 a 1987, The Smiths dominaram a cena da música pop mundial. São considerados a segunda maior banda depois dos Beatles.
As letras sinceras e sarcásticas de morrissey e a guitarra fenomenal de Johnny Marr, são a melhor parceria depois de Lennon e McCartney.
Canções como Hand in Glove, This Charming Man, Still Ill, What Difference does it Make, Reel Around The Fountain e inúmeras outras tocavam fundo a alma dos jovens da década de 80, imagine os homens de 30 e 40 anos hoje, que eram os que choram escutando The Smiths. Em 2000, quando Morrissey esteve no Brasil, deu para ter uma idéia da horda fanática que acompanha o cantor, vi muitos chorando como criança e eu mesmo nem me importei em não reprimir minhas lágrimas. Era o nosso grito, a nossa geração estava presenciando um dos últimos “Cérebros Geniais da Música Mundial”.
Sua performance arrebatadora, e sua voz poderosa e inconfundível rasgava as alma como uma faca amolada, mais que um culto de idolatria cega, a devoção remetida a Morrissey é bastante compreensível, num mundo egoísta e individualista, quem ainda consola as pessoas fazendo música de qualidade? Morrissey, certamente tem seu nome escrito nos murais de cada individuo que busca uma identidade própria, procurando carinho, imagine se o Renato Russo tivesse tido tempo para ver esse show, certamente amaria, devido a sua grande afinidade com poeta do Rock.
Com o fim oficial dos Smiths em 1987, Morrissey seguiu em carreira solo, a critica sempre pegou pesado com ele, a inglesa principalmente, muitos o chamavam de “a eterna viúva de Johnny Marr e do Smiths”. Maldade para um cara como Morrissey que foi discriminado e acusado de racismo apenas por empunhar a bandeira da Inglaterra em seus shows.
Suedehead, música do seu primeiro disco solo, Viva Hate tem um Vídeo Clip muito singular, uma homenagem a James Dean. Morrissey foi até Indiana, cidade natal do ator norte americano, percorrendo os pontos que marcaram a vida do mesmo.
Depois de sofrer vários ataques da mídia inglesa Morrissey muda-se da Inglaterra, morou na Irlanda, Estados Unidos e atualmente mora na Itália, onde gravou seu mais recente disco. Em 1997 viveu um período muito difícil, quando gravou o disco “Maladjusted” pela gravadora Mercury, e não foi um sucesso comercial, para ajudar a então gravadora em questão faliu, deixado-o num beco sem saída porque tinha seu nome vinculado a muiti-nacional, não permitindo que ele assinasse contrato com outra gravadora, para piorar a situação frágil da carreira, Mike Joyce entra com um processo judicial contra Morrissey acusando-o por centrar os direitos autorais do “The Smiths” em si e em Johnny Marr, desde o inicio pagando parcelas mínimas aos outro dois “Joyce e Rourke”.
Moral da história: Morrissey foi condenado a pagar a Mike Joyce 1 milhão de libras, e ainda o juiz responsável pelo caso o chamou de “truculento e pouco confiável”. Andy Rourke contentou-se com 83 mil libras.
Todas esta intempéries não impediram o cantor de realizar em 1999 uma turnê mundial intitulada “Oye Steban”, que por onde passou carregou uma multidão, esgotando os ingressos rapidamente. Depois do amargo ostracismo, sem discos por sete anos, Morrissey finalmente assinava novo contrato com uma gravadora, “Sanctuary” cria um selo exclusivo “Attack”, lança um disco aclamado pela critica e público, “You Are The Quarry” de 2004, nele Morrissey volta mordaz atacando George W. Bush e a ilusória democracia americana: “A América é a terra dos livres e das oportunidades, mas o presidente não pode ser negro, mulher ou gay” (América In Not The World). O titulo de outra canção denuncia uma verdade desse mundo contemporâneo: “O mundo está cheio de pessoas chatas” (The World Is Full Of Crashing Bores). Esse disco o fez voltar a Manchester num show de comemoração de seu aniversario e o fato de na época fazer 10 anos que ele não pisava em sua terra natal.
Morrissey continua com sua língua afiada, destilando sarcasmo e ironia, defendendo causas dispares como (vegetarianismo, celibato e sua solteirisse). E atacando com veemência (Margaret Thatcher, Princesa Diana e Madonna).
Aos 48 anos ele propaga sua elegância, um verdadeiro esteta, sempre bem vestido nos seus ternos estilosos, Morrissey envelhece com dignidade sem perder o charme, muitos ainda insistem em compará-lo ao tempo dos Smiths quando tinha 25 anos e era magérrimo e pálido.
Seu mais recente trabalho “Ringleader Of The Tormentors” abre com a seguinte inscrição: “Ninguém sabe o que é a vida humana...Porque Viemos, por que partimos...Então porque sera que eu sei?”. (I Will See You In Far Off Places), anuncia o começo do disco, com uma guitarra ensurdecedora, a segunda ameniza o clima pesado e nuclear que a letra sugere.
(Dear God, Please Help Me) “Querido Deus, Ajude-me por favor”, com os arranjos de Ennio Morricone, sim o mesmo que compôs a maravilhosa trilha do filme “(Cinema Padiso de 1986)” versos reveladores nesta balada “E eu estou tão, tão cansado/·De fazer a coisa certa·/Querido Deus, ajude-me por favor”.
Já na terceira faixa – (You have killed me), ele mostra suas influências de intelectuais e artistas italianos: (O Pasolini sou eu/ O Accattone será você... O Visconti sou eu/
A Magnani você nunca será.) Pasolini um dos mais geniais cineastas, poeta e jornalista italiano de todos os tempo, foi morto brutalmente numa periferia em Roma, Accattone é um filme de Pasolini que narra a história de prostituição masculina. Luchino Visconti um dos criadores do neo-realismo do cinema italiano, fez inúmeros clássicos dentre eles: “Rocco e Seus Irmãos” O Estrangeiro e etc... Anna Magnani foi uma musa do cinema italiano, inclusive do próprio Visconti e Rosselini.
Século XXI, ano 2007 e Morrissey continua confirmando com sua presença e discos, que é o maior poeta do Rock, como já disse o jornal britânico Gardian “O maior inglês vivo”, ele faz jus a tal título, sendo íntegro a seus pensamentos e fazendo um trabalho bem acima da média, que as bandas novas levaram muito tempo para se igualar ou talvez isso nunca aconteça.
A última faixa do disco “Ringleader Of The Tormentors” sintetiza bem tudo que já foi dito até aqui, esperamos que ele continue vivo e forte, escrevendo belas canções de amor e cantando de forma emocional e sincera, o autêntico Morrissey brilha muito... brilha tanto que faz a inveja dos medíocres brotar.
Segue a letra maravilhosa do seu mais recente disco.

Enfim, Nasci – (At Last I Am Born)

Enfim, nasci
Historiadores, tomem nota
Eu finalmente nasci

Havia uma época em que eu perseguia o amor que me foi retirado
Mas hoje apenas me recosto e bocejo
Porque eu nasci, nasci , nasci

“Olhe para mim agora
Da criança-problema
Até a mão espectral, até Claude Brasseur
Ó, blá, blá, blá. ...”

Enfim, nasci
Incultos, tomem conhecimento
Eu finalmente nasci

Havia uma época em que eu achava que o desespero aumentava com o tempo
Mas hoje não me importo mesmo
Porque eu nasci, nasci , nasci

“Olhe para mim agora
Da criança-problema
Até a mão espectral, até Claude Brasseur
Ó, blá, blá, blá. ...”

Enfim, eu nasci
Enfim, eu nasci
Vivendo uma vida livre e honesta, nascido

Havia uma época em que eu acreditava que eu tinha inúmeras razões para chorar
E eu chorei mas eu não choro mais
Porque eu nasci, nasci, nasci

Enfim, eu nasci
Enfim, eu nasci
Demorou um tempão
Mas agora nasci

Havia uma época em que eu era uma bagunça de culpa por causa da carne
É incrível o que se pode aprender
Se você nascer, nascer, nascer
Nascer, nascer, nascer
Nascer, nascer, nascer



*Nunca saí, com alguém... Ninguém neste mundo pode dizer que teve algo real comigo...isso seria mentira. (Morrissey 1997)

*Artistas não são pessoas normais... Eu mesmo sou feito 40% de papel marchê... Mas já me apaixonei sim! E por pessoas reais, de carne e osso... O fato é que estou acostumado com a fantasia. Com o rock n’ roll. Tudo foi sempre á distancia. Como num sonho. Entendo a vida dos livros, filmes e da música. (Morrissey 1997)


* “Com certeza, depois do punk, a rebelião já tinha se tornado em si uma tradição. Não queria seguir aqueles modelos já estabelecidos de rebelião.” (Morrissey 1988)


* “Escuto muita coisa, mas raramente algo me impressiona. Ouço sempre uma tonelada de CDs que, em geral, vão parar direto na lata do lixo”. (Morrissey 2004)

* “Hoje em dia, tudo está fácil: ouvir música, criar uma canção, se tornar superstar... um moleque de onze anos com um computador pode gravar um disco no quarto. A música hoje é alvo de humilhação, é algo frívolo e inofensivo”. (morrissey 2004)


* “Minha vida é uma sucessão de pessoas dizendo adeus”. (Morrissey 2005)



* “Não sou Stephen Patrick Morrissey, sou apenas Morrissey, é assim que me chamam no mundo, Stephen me lembra um tempo em que eu era muito triste..”. (morrissey 2004)


* “cada disco que comprei está ligado a uma sensação. Eu passava tardes inteiras nas lojas lendo as fichas técnicas das capas e dos encartes”. (Morrissey 2004)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Frases do OSCAR WILDE


.- Boa influência é coisa que não exite. Toda infuência é imoral.-

Uma pessoa torna-se eco da música de outra pessoa, intérprete de um papel que não foi escrito para ela.

A finalidade da vida para cada um de nós é o aperfeiçoamento, a realização plena da nossa personalidade.-

Só os espíritos fúteis não julgam pelas aparências.

O verdadeiro mistério do mundo é o visível e não o invisível.- Viva!Viva a vida maravilhosa que tem em si! Nãodesperdice sequer as migalhas. Procure sempre assensações novas.

Não tema nada...- Sempre! Palavra terrível!-

A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais.-

Á medida que lhe fosse formulado a alma, a vida lhe deformaria o corpo. Ele ficaria horrível, hediondo egrotesco.

- Quem foi que definiu o homem como animal racional? Adefinição mais prematura que já se formulou.

O homem pode ser tudo, menos racional.

- Quanto estardalhaço em torno da fidelidade. Mesmo o amor é questão de fisiologia.

Os moços querem ser fiés e não são; os velhos querem ser infiéis e não podem.

Isso é só o que podemos dizer.

- Atrás de toda coisa bela, há sempre um que de trágico.

- Para voltarmos a mocidade, basta-nos repetir as nossas loucuras.

- Eis um dos grandes ensinamentos da vida.

Nos nossos dias, a maioria dos homens morrem de uma espécie de senso comum rasteiro; e descobre demasiadamente tarde,que as únicas coisas que nunca nos arrependeremos são das nossa tolices.

- A pontualidade é ladra do tempo.- Hoje, essa gente sabe o preço de tudo e o valor de nada.

- Descobri ultimamente que existe duas espécies de mulheres: as Simples e as Maquiladas. As simples são muito úteis.

Se quiser ganhar fama de homem respeitável, convide essas para jantar. As outras são encantadoras. Apesar disso cometem um erro, pintando- se tentam parecer jovens, nestas o rouge e o espírito costumam andar juntos. - As criaturas vulgares não nos impressionam a imaginação.

- Certas criaturas tem a mania de dar bons conselhos, precisando tanto deles para si...É o que chamo de o cúmulo da generosidade.
- Aprovar e reprovar são atitudes absurdas para com a vida.

Não viemos ao mundo para dar largas aos nossos preconceitos morais.

- O motivo do nosso empenho em julgar bem o próximo é que temos medo de nós mesmo, a base do otimismo é puro receio.

- O prazer é a única coisa merecedora de que se lhe dedique uma teoria.

- Ser bom é estar em harmonia consigo mesmo.

- Sempre há um que de ridículo nas emoções das criaturas que deixamos de amar.

Fora Corruptos




Renan Calheiros a saga: venho mostrar minha indignação e meu repudio a política podre exercida neste país que absolveu o famigerado Senador. Como este camarada que já foi aliado do Collor, FHC e Lula tem a coragem de vir a público defender sua inocência. Que arrogância!! As acusaçõe foram claras, pagava pensão ao filho da sua ex. amante com dinheiro de proveniência duvidosa, e enriqueceu vendendo gado? Nós brasileiros somos muito apáticos mesmo... e o estado da Alagoas que sofre com a falta de professores ainda faz festa para comemorar sua desforra. Que mundo que eles vivem? Nós do resto do país temos cara e nariz de palhaço? Só o PSOL fez a oposição, o resto ficou de braços cruzados, num verdadeiro ato de covardia e submissão partidária. Nossa democracia é jovem todos dizem, temos muito a aprender... e olha os frutos que colhemos, passamos pela Ditadura Militar, sobrevivemos ao Collor e Sarney, aguentamos o ACM e sua tirania, vivemos o plano Real do ambíguo FHC, e agora temos o presidente do povo, o populista que dá 80 reais mensais para as famílias famintas....Esse país não é de vocês: POLÍTICO CORRUPTOS... esse país é nosso, nós que pagamos os impostos, nós que trabalhamos até junho só para pagar impostos....Viva a seleção brasileira agora, vamos festejar o Dunga e os Ronaldinhos, enquanto o Renan enche os bolsos com nosso dinheiro.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O garoto triste que fui...

Eu nasci num inverno de 1978
e conheci o amor ainda no ventre maternal,
e em nenhum outro lugar...
Aquele calor e aconchego que senti
procurei desesperadamente nas pessoas que amei...
Será que você vai me esquecer?
Fecho meus olhos nesta neblina confusa do passado
e vejo seu rosto como vetor da minha vida.
Sua representação parece meu filme favorito
que passa amiúde no meu âmago.
Hoje abri o álbum de fotografias da minha infância
e revi aquele garoto que fui outrora,
a tristeza e a solidão são as mesmas
aquela criança pálida e desamparada
cresceu e algo se perdeu no meio do caminho,
e eu odiei meu pai com veemência
por ele ter me colocado neste mundo
sem ao menos me amar...
agora tenho que perdoa-lo
como conseguiria viver com tamanho ressentimento?
Conheci um ser que me deu os braços como morada
e como lhe amei, daria minha vida em troca
daquele calor que me salvou de desconsolo.
Depois de vinte e oito solidões
eu olho no espelho e hoje posso sorrir ao menos
sem me sentir doente e invalido.
Quando eu morrer quero que você não chore,
apenas cante aquela canção de afeição
que eu lhe ensinei, por favor...
O garoto perdido com o sorriso tímido e desajeitado
visitou-me e acenei para ele e disse-lhe adeus,
quero conservar esta ternura pueril
que ele me legou
meu corpo envelhecera mas a minha alma
eu darei ao velho poeta para que ele
engenhe um soneto meigo
e entregue aos meus amigos
e ao infinito
quando eu partir.

Prelúdios de Chopin...


Que a morte seja
como os prelúdios
de Chopin,
tristes e encantadores.
Que eu possa descansar
num lugar distante e solitário.
Espero nunca mais retornar
a este mundo,
pálido e fúnebre.
Tudo que amei
eu mesmo matei,
todos matamos,
em nome de algo que dizemos
sagrado, por fim como a vilania
conceitual, estrangulamos
o pescoço de nossa vitima amada,
em nome da fé mentirosa
em nome da ignorância e da vaidade
sempre há uma desculpa plausível,
agradável como um sorriso amarelo...

James Dean by me


“ James Dean by me”

Ao longo dessa minha existência nutri um enorme fascínio pela vida e pela figura poética que permeou James Dean. Identificava em mim seu jeito especial inusitado de ser, numa espécie de analogia secreta entre nós. Uma vida intensa e triste, como a de todos os geniosos; morreu jovem.
“As pessoas grandes” em geral questionavam-me. Porque gostas tanto de James Dean? O que ele foi ? O que fez de tão singular? Jamais preocuparei –me em responder tais questionamentos alheios. No lado mais profundo e delicado da minha alma, a pergunta estava sentenciada e respondida !
James Dean condensou em si, nas suas atuações no teatro e cinema, a naturalidade que esperamos das pessoas e da própria vida . Diria que os filmes em que atuou, todos continham um caráter antropomórfico. Não sabíamos até que ponto quem estava em cena, se eram personagens fictícios ou o próprio Dean. Sua personalidade autêntica, sensível e rebelde tornou-se paradigma ideal para todos os jovens da década de 50, numa sociedade pasteurizada como a americana, que vivia o período Eisenhower. Esperava-se de maneira hipócrita que todos os jovens respeitassem os pais e aceitassem as normas sociais. James Dean foi avesso a tudo isso , considerado um não–conformista.
Assim como Oscar Wilde, na sociedade Vitoriana, não era bem quisto por seus companheiros de ofício, e teve a vida tocada pela tragédia, diga-se de passagem um ótimo estilo Grego. Quando morreu em 1955, aos 24 anos, num acidente fatal com seu Porsche, havia feito apenas três filmes, e só o primeiro havia sido lançado. São eles:
Vidas Amargas ( East of Eden) de 1954 , com direção de Elia Kazan
Juventude Transviada( Rebel Without a Cause) de 1955, com direção de Nicholas Ray
Assim caminha a Humanidade( Giant ) de 1955, com direção de George Stevens

Foi reverenciado nesses 49 anos de sua morte por inúmeras personalidades, poetas , rockstars, e solitários ao redor do mundo. Um desses solitários ilustre que citaria em particular é o cantor e compositor Morrissey, ex-Smiths que sempre demonstrou enorme admiração, e dedicou a ele em sua juventude um livro e artigos, assim como este que escrevo sobre James Dean.
James Byron Dean nasceu no dia oito de fevereiro de 1931, em Marion , Indiana, nos Estados Unidos. Um dado curioso foi que sua mãe, morta quando o garoto tinha apenas oito anos, fez questão de colocar o sobrenome do Poeta ultra-romântico Lord Byron, a quem reverenciava com ardor.
A figura mítica que se tornou Dean ainda permanecerá na minha memória ao longo dessa minha existência. Assim como relatei no inicio, apesar da aura negativa que os ianques tem de transformar tudo em algo capital . Digo isso porque quando nosso querido amigo intuitivo morreu, só faltaram vender os destroços do carro em fragmento, pela mera fatalidade.
Com esse artigo modesto, mas substancial em si, presto uma carinhosa homenagem ao indivíduo das feições perfeitas, que ensinou-me a amar o cinema e a poesia por ela mesma, num exercício de sobrevivência ,sem tornar-se artificial ou prepotente.
Termino num misto de saudosismo, e porque não ?
“Os melhores mundos são únicos”, disse o bardo de Manchester, Morrissey.
James Dean vociferou : “Vim para Hollywood para representar, não para agradar a sociedade” ( VIVA JAMES DEAN!)