domingo, 22 de fevereiro de 2009

Viva o Carnaval/ Morre o sr. Sérgio Naya.



Morre o respeitado ex-deputado Sérgio Naya, 66, de infarto na Bahia. Para entender porque digo que o excelentíssimo Senhor em questão merece citação voltemos ao passado.
Sérgio Naya era dono da empreiteira que construiu em 1998 o edifício Palace II, no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, e que tragicamente veio a desmoronar no mesmo ano, matando 11 pessoas e deixando aproximadamente duas mil famílias desabrigadas.
Foi absolvido por todas as suas responsabilidades, e ainda possuía bens de luxo e um hotel nos E.U.A.
Com esta morte repentina desse corrupto e péssimo exemplo de empreendedor, esperamos que a justiça brasileira conceda os benefícios para todos os envolvidos na tragédia, pois as ações tramitam até hoje, e das 120 famílias, 110 receberam entre 15% e 20% dos valores respectivos e o restante das famílias nada receberam.
Este caso do Sérgio Naya nos mostra como o Poder Judiciário brasileiro é burocrático e arbitrário, porque deu prerrogativas para o mesmo por ser ex-parlamentar absolvendo-no no processo em juízo.
Presto digna solidariedade a todas as famílias envolvidas neste lamentável caso e, esperamos que justiça seja feita, e que esta morte não se transforme em queima de arquivo como tantas outras.
Carnaval do Rio 2009: com a crise financeira que assolou o país neste começo de ano, os patrocinadores do Carnaval carioca pularam fora do barco e as escolas de sambas e agremiações tiveram que ser socorridas pelo famigerado dinheiro público, isto mesmo respeitável cidadão. A Prefeitura do Município do Rio de Janeiro desembolsou R$ 4,8 milhões e o estado a mesma soma e outra estatal a Eletrobrás R$ 3 milhões.
Agora pausa para uma básica reflexão: que o carnaval é tradição nacional e faz parte da cultura brasileira nos já estamos carecas de saber, porque além de nos dar inúmeras alegrias e três dias de descanso, ainda aquece a economia trazendo turistas de todo mundo para gastarem seus amados dólares em nosso país, porém o que me assusta é perceber que quando o assunto é educação os recursos estão sempre pífios.
Porque o governo do Sr. Lula não mostra o mesmo empenho para conseguir recursos para a pasta da educação como faz para conseguir para a festa popular? Haja vista que o próprio presidente sugeriu que a Eletrobrás doasse a quantia relatada acima.
Bem, sei que os mais reacionários e tradicionais irão me chamar de radical extremista, mas sou contra o uso de dinheiro público para tais fins, ou melhor, se querem financiar o carnaval tudo bem, mas porque não financiam o teatro, o cinema, a música e todas as manifestações artísticas dos vários artesãos espalhados por este país. Há financiamento nestas áreas que acabei de citar, mas em numero bem limitado e manifestações artísticas no Brasil ainda tem conotação elitista, pois não leva o grande público para as arenas e os shows.
Desde a época colonial educação e cultura sempre estiveram atreladas a determinadas classes sociais, isto é, uma faz arte e cultura e a outra não assiste e não tem cultura na visão da primeira, e quando assiste e faz cultura torna-se massificação como o carnaval, porque quem usufrui o carnaval não são aqueles que trabalham o ano inteiro nas escolas, mas sim uma pequena classe de pseudo-artistas, que vendem sua imagem por alguns minutos de fama e reconhecimento. Os brasileiros e brasileiras que constroem o carnaval nos barracões das agremiações terão de trabalhar na quarta-feira de cinzas, enquanto os gringos voltam de avião para suas respectivas casas.