terça-feira, 2 de setembro de 2008

reflexão No. 2


Este poema foi escrito em decorrência do dia 17/08/2008, a data em questão marca os trinta anos do meu nascimento, e me peguei refletindo sobre tudo o que vivi até este momento.
Trinta anos são um divisor de águas em nossas vidas, é o rompimento com as velhas doutrinas e conceitos...Não somos adolescentes e nem velhos e dá para fazer uma constante ponderação em relação aos nossos atos e onde queremos chegar.
O compositor Cazuza quando completou 30 anos declarou que a vida ficou muito solitária, nós que não nos casamos, observamos nossos amigos partindo, e o que restou foram os anos que podíamos dividir nossos sonhos com alguns camaradas.
Quero salientar que este discurso não é melancólico em si, existe o lado positivo de atravessar a vida e ver o curso positivo e negativo dos fatos sem querer ser maniqueísta.
Estou feliz por ter chegado até aqui, posso dizer que entre fracassos estratosféricos e vitórias homéricas estou bem mais harmônico de quando tinha 18 anos e o mundo era uma eterna e inacabada festa.
Consegui tudo que sempre almejei...Hoje tenho amor por mim mesmo e tenho amor das pessoas que admiro...Desejo continuar caminhando ao lado da minha camarada Ana e contar com a afeição da minha querida mãe e dos meus amigos, o resto que se foda, venci com muito orgulho todos os obstáculos que esta vida me propôs.
segue o poema que escrevi para celebrar esta data.

balzaquiano
30 anos se extinguiram...
Diante dos meus olhos
Nasceram dias e noites
Amiúde.
Quantos amores mirei nesses anos?
Meus verdadeiros amigos se casaram
E os meus inimigos sucumbiram-se
Nos umbrais
Os restos são restos.
Este rascunho de homem
Fez-se humano das cinzas.
Recomeçar, recomecei, recomeçaremos...
Inalteradamente.
“Não acredito em deus”.
A maturidade advinda dos anos
Demole nossos convictos axiomas,
Agora sou prático
Mas não deixei de ser um idealista.
O que não se modifica
Com o correr dos tempos
É a sede...
Sedentos estamos
Pelo orgasmo não alcançado
Sedentos pelos jovens portais
Das plausíveis experiências.
O homem morto é aquele
Que se mantém constante,
Imóvel, escravizado
Aos louros do passado.
Pulai no abismo!
O mandamento dos poetas.
Que se foda
O tempo,
O dinheiro
E toda paranóia moderna.
Que a flecha de aço
Atravesse meu peito
Até a aurora.
Foi uma aventura turva
E multicolorida
Chegar nessa etapa da vida
Não me arrependo de
Evento nenhuma
Que executei.
Entre contradições e boas intenções
Vamos desafiando o indivíduo
Que nos odeia.
28/08/2008 Cláudio Vianna Wild