sexta-feira, 14 de novembro de 2008

De: Cláudio V. Wild


Gosto quando estou em silêncio...Quando o mundo com seus caprichos e artimanhas deixa-me em paz, literalmente numa breve calmaria.

Poema sadiano


Meus impulsos e desejos sexuais mataram meus preconceitos...Eventualmente um demônio de olhos lascivos alicia minha vaidade inútil; então me entrego às paixões amargas e rudes.
Apeteço corromper e ser corrompido... Nada como vislumbrar corpos desnudos debatendo-se em deleite excessivo. Entre pêlos vaginais sonhamos com a língua...O quarto rubro e sua luz tênue...
O véu cândido toca o pênis rígido,
do sexo descrevemos o universo.
O sêmen fluir pelas bocas e vulvas voadoras...
Gozaremos até a aurora...
Gozaremos nos altares...
Gozaremos nos cemitérios...
Em qualquer parte levaremos a luxúria desgovernada
Afinal quem foi que disse que o sexo pertence
Aos homens casados...
Nós, libertinos conhecemos esta arte
desde muito cedo.
Deixe vosso moralismo nas igrejas
pois aqui neste recinto escuro
nossas orações são gemidos
penetrantes.

A nova Idade Média



O século do misticismo...Os humanos procuram respostas nos mais variados canais: as estrelas, os astros, curandeiros, benzedeiras, pastores evangélicos e charlatões em geral. Mas os desesperados se esquecem que a resposta para todas as confusões e dilemas deve ser encontrada dentro de si mesmo e não em tantos artifícios externos.
O mundo está em crise não só econômica e social, mas uma crise de valores e identidade. Através do arrivismo construímos nosso futuro, não importa de que maneira eu conseguirei meus intentos mesmo que seja de forma suja e truculenta. Os supostos espíritos que iluminam o restante da humanidade com seus ensinamentos e parábolas poderia proferir que não se deve agir em benefício próprio pelo egoísmo e atos vis.
No século XXI, a tônica da vez não será à religião, mas a ética, esta que direciona nossas ações permitindo que façamos um exercício mental para avaliarmos o peso de nossas ações e decisões.
A ética começa nas pequenas obras e alastra-se para dimensões universais...Não basta ser bom sem a ética. Ser ético é usar a sensatez em todos os momentos da nossa existência, a ética não fica restrita a filosofia, afinal toda teoria precisa da prática, e colocamos a mesma quando ponderamos na relação que mantemos com o outro; somente quando uso a empatia posso fazer uso do meu senso ético. Na Grécia antiga ser ético era atentar para os problemas da polis (cidade) e neste aspecto residia o que conhecemos por democracia,
na sociedade ocidental contemporânea cuidamos muito mais do senso individual, e por isso desdenhamos nossa condição de humanos e solidários...Religião, política e democracia não podem resolver a questão problemática do mundo atual sem o auxílio da ética.
A sociedade pós-industrial e tecnocrata tentam resolver suas manifestações de insanidade e horror através de Deus atribuindo-lhe toda a providência e deixando de fazer a parte que vos cabe.
É preciso destruir todas as nossas velhas certezas e desgarrar das convicções que vieram da Idade medieval, atravessando séculos dominando mentes.