O atual materialismo e consumismo descomedido enquadram-se como aditivo social para os seres naturalmente vulgares e pobres de natureza analítica. A alta estima baixa deve ser atenuada de algum modo, dessa maneira os indivíduos dependem de uma vida de luxo estéril e da ostentação vazia, que se torna mais fácil do que “conhecer a si mesmo” para evitar uma vida sem sentido.
Estes mesmos seres sociais precisam adquirir produtos e objetos dos mais diversos, mas estes produtos não podem ser simples objetos em si, estes precisam possuir certos códigos de elevação social, daí a freqüente e incansável necessidade de possuir o veículo W, o celular Y, a casa X... Desses costumes de consumo os indivíduos passam a galgar diferentes degraus dentro das estruturas sociais diversificadas...Ser aceito nos círculos das classes mais elevadas e evoluídas economicamente quanto moralmente significa a manutenção do “status quo” que diferencia um ser ordinário do ser Alfa.
Os meios de comunicação e a propaganda impõem produtos, atrelando status de felicidade e prosperidade, isto é, não basta comprar, se não consumir determinados artefatos detentores de prestígios.
Os ricos emergentes fazem parte dessa fatia da sociedade que consome demasiadamente produtos da moda fugaz, porém estes passam a não consumir os objetos da cultura material e imaterial ligado ao saber erudito. “Mais vale ser rico a ser inteligente”.
Praticamos nossa renomada cidadania consumindo produtos enlatados e industrializados dos grandes centros comerciais denominado “Shopping Centers” o paraíso do mundo capitalista na terra, onde deuses e demônios são louvados no mesmo altar.
A classe média brasileira tem se esforçado para manter um padrão medíocre de vida, sendo achatada pelas altas taxas de juros e impostos, correndo contra a correnteza que as empurra para uma posição cada vez mais difícil de existência.
Como formaremos cidadãos conscientes e éticos se a sociedade consumista prega um verdadeiro ufanismo social, “Não somos educados para pensar, mas somos educados para consumir”.Consumimos muitas vezes sem uma causa em nome da falsa e enrustida necessidade.
A sociedade de consumo pós-industrial globalizada não conhece a solidariedade entre os povos, mas estimula a competitividade como virtude.
Praticar a usura na sociedade capitalista cristã não mais se constitui pecado, indivíduos que obtém lucros através da exploração da mão-de-obra do seu irmão são considerados vitoriosos e bem-sucedidos.
Não podemos nos espantar quando ligamos a famigerada TV e os repórteres noticiam as manchetes obscuras da modernidade: “Pai esquarteja menina e a coloca num saco de lixo...” “Menina de 5 anos é atirada do 8o andar”(...) Estudante americano invade escola e mata alunos e professores.” - “ Rapaz problemático mata a própria mãe”(...), e por aí vão os apontamentos... Não podemos receber esses delitos nefastos como corriqueiros, entretanto, podemos entender que são frutos da mentalidade e tradição da sociedade consumista e bélica do século XXI, onde tecnologia, guerra e ignorância se misturam.
Onde fica o papel da escola, polícia e dos governos neste escarcéu de insensatez e caos social alojado no cerne na vida moderna? Quais as virtudes que ensinamos as crianças? -Vencer, consumir, competir e sobressair destruindo seu oponente!
Se desejarmos um mundo melhor, onde intolerância e violência não ditem os costumes e maneiras da sociedade, precisamos perpetrar novos valores e atitudes, que modifiquem a esfera social tornando-a mais solidária e justa, para que exercitemos a consciência das diferenças entre os povos e não transformaremos pessoas em autômatos, incapazes de responder por seus atos vis.
O que será dos fetos que se transformarão em futuro seres consumistas?
Conseguiremos acabar com o planeta, poluindo o ar e os rios em nome do lucro exagerado e da avareza humana?
“Melhor vender um carro a plantar uma árvore”.
Dentro da sociedade capitalista, branca e protestante predestinada ao sucesso o que menos importa é a preservação da natureza...Neste quadro horrendo pintado com vidas, vamos vivendo num mundo que a maior qualidade que possuímos é a acumulação dos bens de consumo.
compre e seja feliz!
