quarta-feira, 21 de julho de 2010

A gênese do mundo


A gênese do mundo foi o caos.
A gênese do ser foi à guerra.

Façamos a desordem, antes do amor
não anseio pela prudência, prefiro o abismo
da incerteza...
Melhor um grito agudo na morte
a ser feliz no convincente.
Viva à salvação
dos santos e das putas,
estas a quem tanto amo.
O submundo é meu palácio,
devemos tratar as trevas
com delicadeza...
Travestis, traficantes e viciados,
mulheres respeitáveis e homens de negócios
convivem harmonicamente,
formando um fabuloso contraste noturno.
Depois na madrugada
cai o vazio, sobre a terra,
e o obscuro cárcere da solidão
ganha mais contingentes.
Frieza, indiferença e passividade
estas são nossas perversidades principais.
Chorar me faz lembrar
que ainda estou vivo...
gostaria de exercitar e excitar meu afeto
copulando com um corpo branco
sem a canalhice sexista
de ser um homem.
O amor não reconhece o sexo.
E vivemos famintos.
Deus onde guardaremos tanto desejo?
Será no meio das nossas pernas?
Então nasceu a doença incurável,
e a fonte do nosso prazer se tornou medo.
Esfregarei minha pele na sua
sem me sentir sórdido,
sugarei teus pêlos
e tocarei seu interior.
Se eu quiser te tornar uma divindade
eu posso!!!

A gênese do mundo foi o caos
A gênese do ser foi à guerra
A minha gênese foi à nudez.

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