domingo, 13 de abril de 2008

Amores Brutos


A certeza da nossa finitude
revigora nossa única dilema:
somos sujeitos efêmeros e solitários
com destinos tão díspares e remotos.
Temos a nossa porção
de insignificância
ofertado gratuitamente
pela nossa ruína.
Cobaias da existência,
eis o nosso penar
e nossos antepassados
autores de histórias irrisórias
e promíscuas.
Somos camundongos rastejantes,
sedentos, que esfregan-se
no lixo
da piedade humana.
Há um deus que rejeita-nos,
há uma serpente
peçonhenta habitando
nosso âmago,
há inúmeras lágrimas jorrando
de um rosto embriagado,
desespeado,
pálido como um velho.
Sempre haverá a solidão
solidão
e mais solidão,
para seres inacessíveis
como você e eu
Johnny.

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